Muitos de nós pensamos que basta dizer “Vem, eu te ajudo”. Pois não basta! Você precisa viver o que diz. Vou além, você precisa ter caridade para ajudar. Se não... de nada valerá seu esforço, muito menos seus proferimentos. Veja uma situação: uma pessoa prepara um belo banquete e te convida, ofertando-te uma boa comida, bom papo, reflexões instigantes e uma oportunidade de vivenciar algo novo... “venha que te ensinarei algumas lições”, ele diz. Por gostar tanto dela e por admirá-la, você aceita sem pestanejar, ainda que tenha a consciência que sua inexperiência possa causar algum constrangimento. No entanto, é óbvio que para se aprender alguma coisa é preciso começar de algum ponto. E nada melhor do que começar com um amigo, não é?! Então, baseado nesse pensamento e de maneira tola, você minimiza os perigos existentes. Afinal, não estará sozinho. Pensa, apenas, nas horas de felicidade, nos momentos de prazer, nas novas amizades que poderá fazer e no aprendizado que terá com quem considera um Mestre. Assim, os dias que antecedem a esse banquete são os mais longos. A ansiedade aumenta. Você separa o que acredita ser sua melhor roupa para fazer bonito e agradar a seu amigo. E quando o grande dia chega o ar quase te falta. A felicidade é grande. A recepção é a mais calorosa. A comida, incomparável! A alegria aumenta. Tudo é de primeira qualidade. E você acaba relaxando por pensar estar em um ambiente amistoso. Passados alguns momentos, esse ‘amigo’ começa a questionar a roupa que você escolheu usar. Passa a apontar posturas suas que, para aquele ambiente são inadequadas, ainda que este tenha a consciência de sua imperícia. Você passa a retrair-se. A postura esperada não está sendo, exatamente, a idealizada. Tudo bem, não é? Ele quer, apenas o seu bem. Se ele faz isso, é porque não quer que você – em eventos similares a esse – seja rechaçado e nem humilhado. A intenção é elogiável. A verdade dita, também. E por que os sentimentos de tristeza, decepção, fracasso crescem a ponto de fazer esse convidado querer sair dali correndo? Hummm... A grande questão não é o que foi dito, mas a forma escolhida para se colocar frente ao observado. É a forma como você diz que fará total diferença! Esse é o segredo! Não há como ninguém se sentir a vontade quando o anfitrião, mais que isso, seu amigo diz todas essas “verdades” na frente dos demais convidados temperadas com dureza, impiedade, pitadas de humilhação e rispidez. Naquele momento, é impossível tirar outra leitura que não a do fracasso e da decepção! Você não consegue enxergar um cuidado na maneira adotada para te apresentar as falhas. Todo o esforço feito para estar naquele banquete não fora visivelmente reconhecido. Tudo bem! Em eventos similares, Esse simples convidado terá atenção cem vezes mais redobrada. Os erros ali cometidos serão evitados. Mas a que custo? Ao final da festa, mesmo ferido, o convidado oferta a seu anfitrião um abraço sincero de agradecimento pelas lições ali aprendidas e pela recepção e vai embora. Ao cruzar a porta, ele constata que “não há equívoco maior do que confundir homens inteligentes com sábios”. Mais ainda, esse mesmo convidado sai com a certeza do que deve ser evitado quando, um dia, estiver na posição de anfitrião. E o carinho e a admiração pelo anfitrião, morreram? Isso eu não sei. Mas acredito que os paradigmas possam ter mudado. Uma coisa é certa: a gratidão existirá pelas lições dolorosamente aprendidas. Com certeza, o convidado não será o mesmo homem.
"Eu descobri que sempre tenho opções e algumas vezes isto é apenas uma escolha de atitude."
Judith M. Knowlton
Judith M. Knowlton
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